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Übungen in Portugiesisch - Textauszug aus Maria Duenas, Recomeçar - Traduza, por favor!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O pai era mineiro e quase analfabeto. A mãe, que servia numa casa abastada, sabia juntar algumas letras e, à força de fazer contas aos famélicos rendimentos familiáres, aprendera a somar e diminuir filas de números com razoável rapidez. Chamava-se Simona e dera Andrés à luz aos trinta e sete anos, depois de mais e quinze anos de infertilidade, depois do nascimento sucessivo das duas primeiras filhas e de um nado-morto que enterraram sem glória, sem nome e sem pena e que nunca voltaram a recordar. Viviam no que naquela aldeia do sul de La Mancha chamavam um quartel: apenas duas divisões contíguas com chão de terra batida, sem água nem luz. A intempestiva chegada daquela última criança foi recebida com pouco regozijo: uma boca mais, um pouco de espaço a menos. Simona continuara a trabalhar até à tarde anterior ao nascimento, o brilho do chão da patroa não se compadecia de uma gravidez tardia. No dia seguinte, já estavam de volta, mãe e filho, à casa de dona Manolita. Ela, lavando os pátios e enchendo as caldeiras de carvão. O menino, metido num cesto e envolto em trapos num canto da cozinha. Dona Manolita, a senhora, andava então pelos cinquenta e tal, e fora uma solteirona rica, meio coxa e feia até uma década antes, quando se tomou de amores por um trabalhador do lagar de azeite que herdera do pai. Ramón, o rapaz moreno de costas largas e sorriso luminoso que trabalhava para ela durante os meses da azeitona, passou a ser don Ramón Otero aos vinte um anos por vias do caprichoso desejo da sua patroa. Ninguém previa semelhante destino para aquele rapaz bem-apessoado e espevitado que, outono atr´s de outono, fugia com os irmãos do frio inclemente da sua aldeia para procurar trabalho como jornaleiro noutras paragens. Mas dona Manolita gostava de homens jovens, e mais ainda se tinham vigor no corpo, descaramento nos olhos e a pele cor de canela. E as noites de inverno eram geladas e ela não tinha a menor intenção de ser a mais rica do cemitério, pelo que, com o descaramento e o atrevimento de quem sabe ter poder, a senhora insinuou-se a Ramón sem dissimulações.    Primeiro, foram os olhares; mais tarde, os toques, as rocadelas e a troca de uma ou outra brejeirice entre palavras aparentemente banais. Em menos de vinte dias estavam a rebolar-se sobre os três fofos colchões da sua cama de mogno, num primeiro encontro carnal que acabou por ser imensamente gratificante para ambos, ainda que por razões diferentes. Para ela, porque acalmara, por fim, o seu desejo com o corpo musculoso do mancebo que há semanas a trazia louca. Para o rapaz, porque nunca antes na sua miserável vida havia conhecido o intenso prazer proporcionado por atos tão simples como rocar a pele por lençois de linho, andar descalço sobre um tapete ou mergulhar o corpo cansado num banho de água quente. Os encontros estenderam-se ao longo dos meses para satisfação das duas partes, apesar de Ramón estar convencido de que aquela relação tão discordante seria cortada pela raiz quando chegasse ao fim a temporada de trabalho e ele tivesse de regressar à sua terra. O prognóstico falhou, no entanto, numa noite de tempestade. Imerso na banheira de porcelana de dona Manolita, esta, sem deixar de despejar jarros de água quase a ferver sobre as suas costas, propôs-lhe casamento. Como era esperto e sabia muito bem que "a cavalo dado nao se olha o dente", calculou rapidamente os lucros da operação e as contas foram proveitosas: converter-se no cônjuge manteúdo de uma mulher abastada, por muito madura e deformada que fosse, seria sempre mais rentável do que a vida errante entre o corte de pinheiros na serrania e a apanha e prensagem de azeitonas em quintas alheias. E aceitou o casamento sem pestanejar. A invulgar notícia causou simultaneamente regozijo e inveja entre os irmãos e companheiros do lagar e deu azo ao falatório implacável da aldeia. Mas para o casal foi indiferente. Dona Manolita não tinha de dar satisfações a ninguém quanto aos seus arranjos, porque nas suas querenças e no seu dinheiro quem mandava era ela. Uma breve cerimónia na igreja da Assunção converteu-os em marido e mulher, sem qualquer impedimento ou censura pelos vinte e três anos que os separavam.      Além de ela não voltar a dormir sozinha nem ele voltar a dobrar a espinha a trabalhar de sol a sol, aconteceram mais duas coisas naquele casamento, tal como as vozes dos vizinhos haviam prognosticado. A primeira foi que não tiveram descendência. A segunda, que o jovem marido - já don Ramón - começou a ser infiel à mulher com quantas moças apetecíveis se cruzavam no seu caminho, desde o próprio dia do casamento. Perante tais realidades, ela manteve duas firmes linhas de ação: aceitar, na sua casa, a presença dos filhos pequenos das mulheres que ali trabalhavam e fechar as portas desta a qualquer rapariga jovem que quisesse juntar-se ao seu servico doméstico. As crianças alheias nunca substituíram as que ela não pôde ter, tal como a ausência de mulheres em idade casadoira não dissuadiu o fogoso marido de ter dezenas de aventuras extraconjugais fora das paredes do já lar comum, mas os dois raciocínios subjacentes àquelas decisões de dona Manolita só ela os conheceu. O filho da criada Simona foi batizado com o nome de Andrés, que era como se chamava o defunto pai da senhora, aquele que lhe legou a fortuna, com cara achatada e de figura muito pouco atraente. Foi ela a madrinha e ofereceu à criancinha uma medalha de ouro da "Nossa Senhora da Graça", que o pai da criança se apressou a vender, nessa mesma tarde, para investir de imediato o produto em aguardente. Talvez dona Manolita visse qualquer coisa de especial naquela criança morena que, um ano depois, começou a deambular à sua vontade pela casa, ou talvez fosse apenas por estar a ficar velha; o certo é que lhe dedicou uma atenção que, longe de ser maternal, se deve ter aproximado de certa forma ao carinho de uma tia-avó, aborrecida e rezingona mas, no fundo, afetuosa. Com grande insensibilidade perante as autênticas precariedades de uma família mineira, a senhora adquiriu o costume de oferecer à criança prendas caras que nem o filho nem a mãe eram capazes de apreciar na devida dimensão: fatos de veludo para a acompanhar na missa do meio-dia, uma pequena pianola, álbuns de cromos brilhantes e até uma boina de marinheiro que daria azo às gargalhadas das crianças da sua rua se o vissem com ela na cabeça num qualquer domingo. De pouco servia a Simona que o filho vestisse, por vezes, aquelas roupas ostentosas, quando diariamente andava de alpercatas e cheio de remendos. Também parecia inoportuno e inútil que dona Manolita se empenhasse em ensiná-lo a usar os talheres de prata à mesa quando, na sua paupérrima casa, partilhavam todos as mesmas papas, levando diretamente as colheres da serta comum à boca. Aquela singular madrinha, na realidade, nunca se preocupou em suprir as reais necessidades do menino, como também parecia não ter consciência de que cada um dos caprichos que encomendava para ele, na capital, custava mais do que o salário semanal conjunto dos pais. Mas Simona nunca se manifestou nem desenvolveu qualquer animosidade perante o caprichoso comportamento da patroa, nem sequer trocou da cruel ridicularia desses atos. Deixava apenas que os fizesse e, no final do dia, quase sempre já noite feita, pegava no filho pela mão e, transidos de frio e caminhando em silêncio no nevoeiro, voltavam os dois para o mísero quotidiano da sua reles casa, partilhando sem palavras a mesma sensação.       No entanto, quando Andrés fez seis anos, a situação mudou. Aprendeu a ler nas escolas "Ave Maria" e então, por fim, tanto ele como a mãe começaram a apreciar a parte mais positiva daquela tutelagem: o acesso à leitura. Simona não era uma mulher inteligente, mas havia décadas que observava de perto como viviam os ricos e tinha as luzes necessárias para perceber que, além do dinheiro e das propriedades, a educação e a cultura tinham também alguma importância naquela posição. Por isso, quando dona Manolita começou a oferecer ao filho livros infantis a que ele, de outra maneira, nunca teria acesso, ela considerou que, por fim, a sua patroa lhe estava a proporcionar algo valioso. Aos catorze anos, Andrés deixara a escola e trabalhava, fazendo recados numa mercearia local. O pai insistia em que já estava na altura de descer &aagrave; mina: não concebia outro ofício para o filho senão perpetuar o seu. Simona, por seu lado, tentava adiar o mais possível aquele triste destino que pressentia inevitável. Quando fez quinze anos, dona Manolita ofereceu-lhe "O Tesouro da Juventude", uma enciclopédia para jovens que, de imediato, se converteu na sua única varanda do universo. No décimo sexto aniversário, não recebeu qualquer presente porque a madrinha já estava à beira da morte. Faleceu na véspera do Natal de 1929 e o marido foi, naturalmente, o beneficiário do seu testamento. Não obstante, para surpresa de todos, deixou uma carta manuscrita dirigida a Simona e ao filho, e outra para um tal Eladio de la Mata. Sem nenhuma exposição gratuita de afetos, na primeira estipulava deixar uma renda fixa em nome do afilhado, destinada exclusivamente à sua educação. As condições quanto à formação do rapaz estavam pormenorizadas de maneira razoalvelmente clara. No caso de as aceitar, o jovem mudar-se-ia para Madrid, onde viveria como hóspede em casa dos porteiros de um imóvel de sua propriedade na "Calle de la Princesa". Deveria, então, preparar-se e apresentar-se ao exame de "bachillerato" e, depois de ficar aprovado, matricular-se-ia na universidade, onde frequentaria o curso de sua preferência. Don Ramón Otero encarregar-se-ia de todas as despesas à conta da sua herança. Caso contrário, se nunca frequentasse a universidade, não poderia ser de modo algum compensado. A proposta, fortemente protegida, não admitia dupla leitura nem qualquer possibilidade de tirar outro quinhão a não ser afastar o rapaz do miserável futuro que o esperava, arrancando carvão nas profundezas de uma mina. O objetivo da oferta era, nas palavras de dona Manolita, fazer do rapaz o que então se denominava um homem válido.    Aquele despotismo esclarecido deixou Andrés e a mãe cheios de esperança e, ao mesmo tempo, o pai e marido irritado até ao infinito. Incapaz de decifrar o sentido de tão inusitada vontade, o mineiro maldizia a sua negra sorte, enquanto soltava ruidosos impropérios à da defunta, sem se aperceber que, com tal comportamento, não fazia senão ratificar as suas previsões. E assim, sem deixar de mencionar os nomes tanto da senhora como da sua santa mãe, apanhou uma piela de tais dimensões que acabou por perder os sentidos em plena rua e não os conseguia recuperar até que os homens dos explosivos do "Pozo Norte" o levaram de rastos até casa. Simona, em contrapartida, não entendeu da mesma forma e, por isso, enfrentou o marido com o mesmo brio com que esfregava casas alheias desde que era rapariguinha. Mas o mineiro Fontana era teimoso como uma mula e, de cada vez que a mulher tentava fazê-lo entender como o assunto era proveitoso, esta acabava por receber mais pancada do que justificação. Pelo que ela decidiu cortar o mal pela raiz e, sem dizer nada a ninguém, na última noite do ano preparou uma miserável trouxa com uma muda de roupa, uma camisa lavada e metade de um pão com quejo, e pôs-se à espera. Às três da manhã do dia de Ano Novo, o mineiro Fontana regressou a casa com outra bebedeira monumental. Quando conseguiu metê-lo na cama, sentou-se numa cadeira de tábuas, chegou-se à braseira e ficou a olhar as brasas, absorta nos seus pensamentos. Uma hora depois, acordou Andrés e, em voz baixa, mandou-o vestir-se. Atormentados pela geada da madrugada, os dois apressaram o passo a caminho da estação. Uma vez ali, ela entregou-lhe um envelope com papéis e notas que recebera nessa mesma manhã das mãos de don Ramón Otero. Depois, abraçou-o com fúria, apertando-lhe todos os ossos do corpo. Às cinco e dez da manhã do dia 1 de janeiro de 1930, Andrés Fontana apanhou o comboio-correio que conduziria a um mundo estranho àquele a que já não regressaria. Nunca mais voltou a ver a mãe. Simona fez o caminho de volta a casa envolta num esfarrapado xaile preto e arrastando desconsoladamente as alpercatas. Tinha toda a dor do mundo dentro de si, mas não soltou uma única lágrima. Já não restava nenhuma nos seus olhos secos e exaustos.

 

 

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do: Música de Praia, de Pat Conroy - (Jordan tem 12 anos)

Pouco tempo depois, a Senhora Elliot obrigou Jordan de consultar um psiquiatra da Armada, o capitão Jacob Brill. Jordan contou-me esta história repetidas vezes. Sem cumprimentar o capitão Jacob Brill nem dar atenção à sua presença, Jordan entrou no consultório e pôs-se a examinar a decoração da sala. O médico e o rapaz ficaram sentados em silêncio durante um longo minuto. - Então? disse finalmente o Doutor Brill depois de pigarrear. Mas Jordan apreciava o silêncio e não disse palavra. - Então? repetiu o médico. Jordan manteve-se calado, mas virou-se para o psiquiatra. Ao longo da sua vida sempre olhara directa e inquisidoramente para os adultos e raros eram aqueles que suportavam o peso do silêncio do seu escrutínio. - Então porque é que achas que a tua mãe te mandou vir aqui? - perguntou o Doutor Brill tentando conseguir uma reacção da parte de Jordan. Este encolheu os ombros e continuou a fitar o homen pálido e insignificante sentado à sua frente. - Ela deve ter tido uma boa razão - prosseguiu o médico. Parece-me uma senhora muito simpática. O rapaz acenou afirmativamente com a cabeça. - Porque é que me estás a olhar dessa maneira? - perguntou o médico. - Estás aqui para falar comigo. O Tio Sam paga-me bom dinheiro para ouvir os meus pacientes. A atenção de Jordan foi atraída por um quadro moderno representando um quadrado, um círculo e um triângulo sobrepostos e de cores diferentes. - O que é que vês nesse quadro? - Mau gosto - respondeu Jordan, voltando a olhar para o médico. - És crítico de arte? - Não, mas gosto de pintura. - Ah, sim? E também és um bocado exibicionista. - Falo espanhol e não estou a fazer alarde disso. E também falo francês e italiano. Já vivi em Roma, Paris e Madrid quando o meu pai era adido militar. A minha mãe adorava arte e formou-se em História de Arte na Universidade de Roma. Passou-me o seu amor pela arte. Acredite que ela detestaria este quadro ainda mais do que eu. - Não estás aqui para falar do meu gosto artístico. Estamos aqui para falar de ti. - Náo preciso de si doutor, eu cá me arranjo. - Não é isso que os teus pais e os teus professores pensam. - É o que eu penso. - Julgam que és um jovem muito perturbado e infeliz. Por isso, Jordan, gostaria de te ajudar - disse o médico em voz doce e Jordan achou que ele estava a ser sincero. - Ando preocupado - disse após hesitar. - Mas não é por causa do que eles julgam... Mereço pais melhores. Deus cometeu um grande erro. Entregou-me à gente errada. - Ele comete esse g&énero de erro muitas vezes - concordou o Doutor Brill. - Mas os teus pais têm uma reputação impecável. Enquanto tu... Contaram-me que não tens amigos. - Prefiro andar só. - As pessoas solitárias tornam-se, normalmente, inadaptadas. Mas Jordan estava preparado para esse tipo de coment´rios. - Os psiquiatras também - retorquiu prontamente. - Perdão? - Os psiquiatras são das pessoas mais inadaptadas do mundo. Já ouvi o meu pai dizer isso um milhão de vezes. Ainda hoje o disse. - O que é que ele disse exactamente? - perguntou o Doutor Brill. - Disse que vocês se tornam psiquiatras porque, psicologicamente, estão lixados. O Doutor Brill acenou com a cabeça. - Quanto a mim, o teu pai tem toda a razão. Tive uma infância horrível. Até me deu vontade de consertar o mundo. - O meu mundo é que nã tem conserto. - Se me deixares, posso tentar, Jordan. - Estou aqui por um motivo falso. Os meus pais não sá não me aceitam como eu sou, como também não me conhecem. Não sabem nada de mim. - Sabem que apanhas más notas. - Os professores que tenho são tão chatos que até param os relágios. O tédio devia ser considerado um dos sete pecados mortais. - O que é que te aborrece? - Tudo. - Eu aborreço-te? perguntou o médico de bom humor. - Brill - disse o Jordan fitando-o com os seus olhos azuis -, tipos como você são letais. Nunca há-de perceber nada sobre mim. - Sou o quinto psiquiatra que te vê - disse Brill consultando um dossier. - Todos os meus colegas se referem à tua hostilidade e à tua recusa em te conformares à terapia requerida. - Nã preciso de um psiquiatra, doutor, obrigado pelo tempo que perdeu comigo, mas há uma coisa que me ajuda mais do que vocês. - Não te importas de me dizer o que é? Gostaria de saber. - Sou religioso - disse Jordan. - O quê? - Sou muito religioso. Sou católico. - Não estou a compreender-te muito bem. - Claro que não. Você é judeu. Uma data de psiquiatras são judeus. Pelo menos, aqueles que conheci. - Acho que o facto de seres profundamente religioso é positivo. - Obrigado - disse Jordan. - Agora posso ir-me embora? - De modo algum - ordenou o médico fazendo-lhe sinal para voltar a sentar-se. - A tua mãe disse-me que tu estás um pouco ansioso por causa do novo posto do teu pai noutro sítio. - Não estou nada ansioso, só que não quero ir com eles. - Tens apenas doze anos. Não tens voto na matéria. Acho que devíamos estudar uma maneira que facilitasse essa transição. - Pois! Tenho doze anos. Sabe quantas escolas já frequentei? Dez! Estive em dez escolas, doutor. Faz alguma ideia do que seja entrar para uma escola diferente todos os anos? É horrível. Não me facilita nada na vida. ...

 

 

 

 

 

 

 

 

Übungen in Portugiesisch - Imperativ:

ExercÍcios - Imperativo: Substitua o infinitivo dos verbos pela forma correta:

1. (Ler) esse texto com muita atenção! 2. Isabel, (escrever) esta carta à máquina, por favor! 3. Você é o Sr. Brown? (Vir) comigo ao meu gabinete, se faz favor! 4. Sim, sim. (Ficar) aqui! Esta é a sua sala. 5. Teresa, (dar)-me o relatório que está em cima da minha secretária! 6. Está muito calor aqui, Marta. (Abrir) a janela, por favor! 7. (Ler) o que está escrito naquele quadro! 8. Não (pôr) esse chapéu! Fica-lhe muito mal. 9. (Fazer) este exercÍcio em casa, para amanha! 10. (Ir) à secretária! Aquele telefonema é para si. 11. (Vir) cá amanhã, se faz favor! Hoje, estou muito ocupado. 12. Luis, (tirar) o carro da garagem! O Sr. Smith vai para o Porto às 10 horas. 13. Não (fechar) a porta! O João está lá fora. 14. Por favor, (ficar) mais um pouco... 15. (Dar)-me a minha caneta, se faz favor! está aí, junto de si... 16. Marta, (pôr) estes documentos no arquivo! 17. (Fazer) esse trabalho com atenção! É muito importante. 18. (Ir) por esta rua e, depois, volte à direita! 19. (Escrever) estas frases no quadro, por favor! 20. (Abrir) o livro na página vinte e sete!

 

 

Übungen in Portugiesisch - Substitua o infinitivo do verbo pela forma correta no: indicativo presente, conjuntivo presente, imperfeito, pretérito perfeito simples, imperfeito conjuntivo, pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito simples, futuro indicativo, futuro conjuntivo:

ExercÍcios: Substitua os infinitivos dos verbos pela forma correta:

(presente indcativo): 1. Se eu (falar) muito depressa, voçê consegue-perceber-me? 2. Assim que reunião (acabar), eu telefono-lhe. 3. Nós vamos ter convosco, quando as crianças (chegar) a casa. 4. Se nós não (encontrar) um lugar à porta, temos que ir pôr o carro no parque de estacionamento. 5. Se eles (achar) este exercício difícil, faz-se outro. 6. Pode estar descansada que eu dou-lhe o recado, assim que ele (levantar-se). 7. Podemos falar no assunto com mais calma, quando (almoçr) juntos. 8. Eu só falo nisso, se eles me (perguntar). 9. Podemos acabar este trabalho, quando eu (voltar) de férias. 10. Se nós o (convidar) com um mês de antecedência, estou certa que ele pode vir. 11. Quando nó (comer) outra vez no tal restaurante, vamos convidá-lo para ir connosco. 12. Gordo como está, se eu (correr) consigo, ganho-lhe com certeza! 13. Quando eles nos (escrever), vamos saber o que se passou. 14. Se você (ler) qualquer coisa de Miller, deve ler com atenção. 15. Assim que nós (conhecer) o diretor, vamos dizer-lhe que gostámos muito do curso. 16. Eu sóo vou para o Algarve, quando a criança (nascer<9. 17. Se voçs (esquecer-se) da morada, podem procurar na lista. 18. Se eu (viver) até aos 80 anos, vou dar uma grande festa. 19. Assim que nós (acender) a televisão, as crianças vão para a cama. 20. Quando vocês (receber) a máquina, devem verificá-la. 21. Que grande surpresa eles vão ter, quando (abrir) a porta! 22. Como nã levo guarda-chuva, vai começar a chover, quando eu (sair) de casa. 23. Se você (depir) o sobretudo, fica mais à vontade. 24. Nós não vamos desistir, enquanto não (conseguir) saber o resultado. 25. Tenho a certeza que ela o faz, se eu lhe (pedir). 26. Se vocês (partir) já, não vão encontrar muito trânsito. 27. Ele chama-nos à, se nós (fugir) a essa responsabilidade. 28. Quando você o (despedir), quero estar presente. 29. Macacos me mordam, se eu (vestir) esse fato. 30. Se as crianças (partir) o copo, a culpa é tua! 31. Eu dou-lhe o presente que ele (escolher). 32. Vamos tomar café, assim que (acabar) os exercícios. 33. Quando os tios (morrer), ele vai herder uma fortuna. 34. Eu não compro a toalha, enquanto não (medir) a mesa. 35. Quando nós (arranjar) casa em Lisboa, vamos convidá-los para uma festa lá. 36. Você poderá ver melhor a paisagem, se (subir) ao cimo da torre. 37. Assim que eu (emagrecer) dez quilos, paro com a dieta. 38. Vocês não podem voltar a Inglaterra, se (gastar) todo o dinheiro das férias. 39. Você não vai melhorar o potuguês, se (preferir) falar inglês no intervalo. 40. Assim que elas (responder) à minha carta, eu dou-lhe notícias. 41. Enquanto eu (ganhar) rios de dinheiro, posso viver deafogadamente. 42. Se nós (rir-se) durante o espetáculo é porque vale a pena lá ir. 43. Vejam se a porteira está em casa, quando (descer). 44. Se o carro (precisar) de ir à oficína, escolham uma boa. 45. A comida vai ficar sem graãa, se nós não a (servir) já.                                  Verbos irregulares: 1. Quando ela (ser) mais crescida, poderá ir lá sozinha. 2. Se eles (ser) transferidos para Angola, vã ganhar mais. 3. Tenho sempre as mesmas complicações, enquanto não (ser) operado. 4. Assim que nós (ser) multados, perdemos o hábito de deixar o carro aqui. 5. Os alunos fazem sempre os mesmos erros, se não (ser) corrigidos. 6. Enquanto ele (ser) solteiro, dificilmente vai mudar de vida. 7. Não vai acontecer nada, se nós (ser) cuidadosos durante a viagem. 8. Se eu não (ser) capaz de resolver o caso sozinho, peço-lhe ajuda. 9. Quando os terroristas (ser) presos, vão ser levados a tribunal. 10. Se nós (ser) perspicazes, resolvemos o "puzzle" num instante. 11. Quando eu (ter) tempo, conto-lhe o que se passou. 12. Enquanto nós (ter) o despertador a arranjar, vamos chegar atrasados. 13. Temos que a levar ao médico, se ela (ter) tanta febre como ontem. 14. Se vocês (ter) necessidade de dinheiro, eu posso passar-lhes um cheque. 15. Assim que nós (ter) optorunidade, estudamos a sua proposta. 16. Deixe! Quando ela (ter) sono, vai para a cama. 17. Não é possível andar para a frente, enquanto eles (ter) tais ideias. 18. Enquanto eu (ter) filhos pequenos, não posso sair á noite. 19. Se nós (ter) sorte neste egócio, vamos ganhar muito dinheiro. 20. Quando eles (ter) esses dados, telefonam-nos. 21. Quando eles (ir) para Paris, nós vamos alugar a casa deles. 22. Vamos ter muitas saudades dela, se a Joana (ir) para o Canadá. 23. Se nós (ir) pela auto-estrada, vamos poupar imenso tempo. 24. Enquanto eu não (ir) para a frente com o caso (jurídico), não consigo nada. 25. Quando eles (ir) de férias, não vamos ter mãs a medir no escritório. 26. Se o pugilista espanhol (ir) ao chão outra vez, perde o combate. 27. Assim que nós (ir) lá, avisamos-te. 28. Quando eu (ir) ao Cairo, não quero deixar de ver as pirâmidas. 29. Vamos esperar mais de um mês pela máquina, se vocês não a (ir) buscar. 30. Se nós (ir) à festa, as crianças ficam com a minha cunhada. 31. Se vocês (pôr) o carro na garagem, têm menos hipóteses de ser roubados. 32. Assim que ela (pôr) a mesa, vamos jantar. 33. Quando nós (pôr) os pontos nos "is", tudo se vai esclarecer. 34. Se elas (pôr) baton, ficam mais atraentes. 35. Acho que se eu (pôr) o dinheiro no banco, vou ter menos juros do que se o investir. 36. Enquanto o diretor não o (pôr) na rua, vai ser um inferno. 37. Se nós (pôr) os relatórios aqui, ele vai dar com eles facilmente. 38. Assim que eles (pôr) os quadros nas paredes, a sala vai parecer outra. 39. Penso que se eu (pôr) o meu filho num colégio interno, ele não vai gostar. 40. O lume vai apagar-se, se nós não (pôr) mais lenha na lareira.                                 

Mais verbos irregulares:

1. Se nós (querer) ler em sossego, vamos para a biblioteca. 2. Quando você (querer) aprender português, venha para a nossa escola. 3. Venham quando vocês (querer)! Têm uma casa ao vosso dispor. 4. Posso emagrecer, assim que eu (querer). 5. Se o Sr. (querer) ir àquele médico, tem que marcar consulta com um mês de antecedência. 6. Ele só faz o orçmento, quando nós (querer) começamos as obras. 7. Se eles (querer) divertir-se, podem ir ver uma revista. 8. Vai ser um problema, quando eu (querer) mudar de casa. 9. O projeto não irá para a frente, enquanto nós não (querer). 10. Se esses clientes (querer) vir ter comigo, deixe-os entrar. 11. No próximo ano, se nós (vir) a Portugal, vamos visitar o Minho. 12. Quando os Pink Floyd (vir) cá, vão atuar num estádio de futebol. 13. Enquanto ele não (vir), não podemos começ;ar a reunião. 14. Se eu a (vir) buscar às oito horas, está bem? 15. Se nós (vir), telefonamos-lhe antes. 16. Quando os marcianos (vir) à Terra, vai ser o bom e o bonito. 17. Quando eu (vir) de carro, posso trazê-lo. 18. A que mais cedo, comeãa a organizar o ficheiro. 19. Enquanto nós não (vir) definitivamente para cá, não compramos casa. 20. Se eles (vir) ter consigo ao escritório, dá-lhe jeito? 21. Assim que eles (dar) o resultado da análise, marca-se a consulta. 22. Se nós (dar) uma festa, convidamo-lo com certeza. 23. Não me vou embora, enquanto eu não (dar) com este erro. 24. Só organizo o simpósio, quando ele (dar) a certeza que vem. 25. Se eles (dar) uma conferência de imprensa, também vêm jornalistas estrangeiros. 26. Como é que ela reagirá, quando nós lhe (dar) o primeiro prémio? 27. Não quero esse quarto, se (dar) para a rua. 28. Quando eu (dar) com a casa, já a festa acabou! 29. Quando os meus filhos (dar) pela falta do cão, vão ficar tristíssimos. 30. Evidentemente que enquanto nós não lhe (dar) o medicamento, ele não pode melhorar. 31. Só podemos dar uma opinião, quando nós (ver) o filme. 32. Quando vocês a (ver), nem a vão reconhecer. 33. O que a (ver) pr. imeiro, dá-lhe o recado. 34. Só se eu (ver) um OVNI (objeto voador não identificado), é que acredito. 35. Assim que eles (ver) o bolo, comen-no todo. 36. Enquanto nós não (ver) os resultados, não descansamos. 37. Quando a secretária (ver) tudo o que tem que fazer, desmaia. 38. Só fico descansado, quando o (ver) fora de perigo. 39. Damos-lhe sinal, assim que nós (ver) a casa. 40. Se vocês (veo quer) esse programa esta noite, têm que o comentar amanhã.                                 

Ainda mais verbos irregulares:

1. Se eles (fazer) café, teremos um intervalo maior. 2. Só vamos de férias, quando nós (fazer) os exames todos. 3. Quando você (fazer) anos, oferecemos-lhe esse quadro. 4. Assim que eu (fazer) este negócio, levo-os todos à Grécia. 5. Só quando vocês (fazer) o teste todo, é que eu posso analisar. 6. Se nós (fazer) de conta que natilde;o o vimos, não se admire. 7. Se você não (fazer) os trabalhos de casa, não progredirá tão depressa. 8. Assim que eu (fazer) este relatório, vou ter consigo. 9. Eu tomo a responsabilidade de tudo o que eles (fazer) durante esse período. 10. Quando nós (fazer) o sinal, vocês param imediatamente. 11. Ele só fala, quando todos (estar) calados. 12. Nós só não vamos, se (estar) muito cansados. 13. Assim que ele (estar) pronto, nós saímos. 14. Eles só se deitam, quando (estar) a cair de sono. 15. Tudo isso depende do que eu (estar) a fazer nesse momento. 16. Se nós (estar) cá nessa altura, teremos muito prazer em colaborar. 17. Assim que ele (estar) melhor, aparece por cá. 18. Nós só comeãamos isso, quando (estar) com disposição para tal. 19. Esteja onde eu (estar), eu telefono-lhe às cinco horas. 20. Se vocês (estar) com atenção, tenho a certeza que vão compreender. 21. Eles vão ficar tristíssimos, quando vocês lhes (dizer) que não vão. 22. Se nós lhe (dizer) que é muito importante, ele vem. 23. Assim que ele me (dizer) exatamente o que quer, eu começo o trabalho. 24. Você só faz o que eu (dizer). Está bem? 25. Não sei qual vai ser a reação dele, quando nós lhe (dizer) o que aconteceu. 26. Conforme o que ele me (dizer), é que eu sei o que vou fazer. 27. Se ele (dizer) isso, mente. 28. Tudo o que eu (dizer) nessa reunião, é confidencial. 29. Se nós não lhe (dizer) nada, ele vai ficar zangado. 30. Digam o que (dizer), este queijo é excelente. 31. Claro que lhe vamos dar uma boleia, se nós (trazer) o carro. 32. Assim que vocês (trazer) as fotografias, mostrem-mas. 33. Se isso nos (trazer) muitos problemas, logo se vê. 34. Se eu só lhe (trazer) isso amanhã, há problema? 35. Assim que vocês (trazer) a encomenda, paga-se. 36. Nós só podemos receber, quando (trazer) o passaporte. 37. Aquele que (trazer) a melhor máscara, recebe um prémio. 38. Se esse trabalho lhe (trazer) muito mais regalias, deve aceitá-lo. 39. Se nós (trazer) um amigo, você importa-se? 40. Assim que ele (trazer) o bolo de velas, nós começamos a cantar.                                 

Mais verbos irregulares:

1. Vamos visitá-lo assim que nós (poder). 2. Quando eles (poder) vir para casa, o pior já passou. 3. Se eu ainda (poder) passar por casa, trago-lhe a tal garrafa de vinho. 4. Você só faz até onde você (poder). 5. Assim que nós (poder), compramos uma casa no Algarve. 6. Se eles (poder) ter férias agora, vão ao Canadá. 7. Quem (poder), deve aproveitar esta oportunidade. 8. Se nós não (poder) esperar por si, deixamos-lhe um recado na recepção. 9. Aqueles que (poder) vir já, vêm connosco. 10. Quando eu (poder) sair, aviso-o. 11. A nossa firma só contacta aqueles que (saber) trabalhar com este computador. 12. Quando nós (saber) quem vai ser o ministro, entramos em contaco com ele. 13. Telefone-me assim que você (saber) a que horas chega o avião. 14. Eu só compro os bilhetes, quando (saber) quantas pessoas vão ao certo. 15. Se eles (saber) isso hoje, telefonam-me. 16. Só quando nós (saber) os resultados das análises, é que podemos fazer um diagnóstico. 17. Aquele que (saber) responder a 90&percen; das perguntas, tem direito a uma viagem aos Açores. 18. Enquanto eu não (saber) o que aconteceu, não descanso. 19. Assim que eles (saber) o que se passou, vão ficar furiosos. 20. Nós vamos preparar o programa, quando (saber) as caraterísticas e necessidades desse aluno. 21. O projeto não pode avançar, enquanto não (haver) capital. 22. Se (haver) uma invasão no País, o exército vai reagir. 23. Isto pode ficar para quando (haver) tempo. 24. Se não (haver) linguado, pode trazer mesmo pescada. 25. Não se esqueça! Quando (haver) maçãs, compre. Einige Sätze lassen sich in die anderen Zeitformen verwandeln, Beispiel: PPS 1. Se eu falasse mais depressa, voçe conseguisse perceber-me? 2. Assim que a reunião acabou, telefonei-lhe (siehe Lehrbuch Seite 191 f) assim que und logo que verlangen nicht unbedingt den Konjunktiv. 3. Nós fomos ter convosco quando as crianças chegaram a casa. Entsprechend Futur: 4. Se nós não encontraremos um lugar à porta, teremos que ir pôr o carro no parque de estacionamento. 5. Se eles acharam este exercício difícil, que pena!

 

 

Exercícios em Futuro:

1. Depois de passar o exame, (abrir) 1.Pers. Pl. uma garrafa de champânhe. 2. O que (pensar) 2.Pers. S. das alterações climáticas na Madeira? 3. No próximo ano, o trânsito na via rápida (ser) 3. Pers. S. mais congestionado ainda. 4. Os preços das casas (subir) 3.Pers. Pl. 5. Os verões (ser) 3. Pers.Pl. mais quentes. 6. Até 2050 (haver) mais carros elétricos. 7. Como não sabemos os resultados da análise, (esperar) 1.Pers. Pl. até ao fim do mês. 8. Como a Rubina é cega, (ficar) 3.Pers. S. entusiasmada com o livro em Braille. 9. No próximo mês, a estrada regional (ser) 3. Pers. S. encerrada durante 3 semanas. 10. Ainda não sabemos se ou não as árvores antigos (sobreviver) 3. Pers. Pl. 11. Pelo menos os lagos (morrer) 3. Pers. Pl. 12. Nas investigações do mar profundo descobriram novos individuos gelatinosos e, que certas plantasaquáticas (desaparecer) 3. Pers. Pl. 13. De 15 em 15 dias, os amigos (encontrar-se) 3. Pers. Pl. para caminhar do leste ao oeste da ilha. 14. A maioria dos interrogados (responder) 3. Pers. Pl. à pergunta, como acha o trânsito no Funchal, com caótico. 15. Quando é que o centro comercial Plaza (dolce vita, la vie) (ter) 3. Pers. S. novo nome? 16. Na feira do livro, o convidado disse que a revoluçà cultural ainda não foi realizada. Como e quando (ser) 3. Pers. S.? 17. O PAN, partido - Pessoas, Animais, Natureza - (exigir) 3. Pers. S. um aumento das despesas sociais acima do salário mínimo. 18. Neste ano, a revolução dos cravos do 25 de abril (festejar-se) 3. Pers. Pl. pela quinquagésima vez. 19. Todas as outras atividades (adiar-se) 3. Pers. Pl. por uma semana. 20. O menino de cabelo loiro encaracolado que está na unidade dos cuidados intensivos (sarar) em breve.

Eça de Queiros - O crime do padre Amaro - 1875 (conversa do João Eduardo com o doutor Gouveia

- Que é? Jão Eduardo então tartamudeou a sua história, insistindo sobretudo na perfídia do padre, exagerando a inocência de Amélia... O dutor escutava-o, cofiando a barba. - Vejo o que é. Tu e o padre - disse ele - quereis ambos a rapariga. Como ele é o mais esperto e o mais decidido, apanhou-a ele. É lei natural: o mais forte despoja, elimina o mais fraco; a fêmea e a presa pertencem-lhe. Aquilo pareceu a João Eduardo um gracejo. Disse com voz perturbada: - Vossa Excelência está a caçoar, senhor doutor, mas a mim retalha-se-me o coração! - Homem - acudiu o doutor com bondade -, estou a filosofar, não estou a caçoar ... Mas enfim, que queres tu que eu te faça? Era o que o doutor Godinho lhe tinha dito, também, com mais pompa! - Eu tenho a certeza que se Vossa Excelência lhe falasse ... O doutor sorriu: - Eu posso receitar à rapariga este ou aquele xarope mas n&atild;o lhe posso impor este ou aquele homem! Queres que lhe vá dizer: "A menina há-de preferir aqui o Sr. João Eduardo"? Queres que eu vá dizer ao padre, um magnanão que eu nunca vi. "O senhor faz favor de não seduzir esta menina"? - Mas caluniaram-me, senhor doutor, apresentaram-me como um homem de maus costumes, um patife ... - Não, não te caluniaram. Sob o ponto de vista do padre e daquelas senhoras que jogam & agrave; noite o quino na Rua da Misericórdia, tu és um patife: um cristã que nos periódicos vitupera abades, cónegos, curas, personagens tão importantes para se comunicar com Deus e para salvar a alma, é um patife. Não te caluniaram, amigo! - Mas, senhor doutor ... - Escuta. E a rapariga, descartando-se de ti em obediência às instruç&ões do senhor padre fulano ou sicrano, comporta-se como uma boa católica. É o que te digo. Toda a vida do bom católico, os seus pensamentos, as suas ideias, os seus sentimentos, as suas palavras, o emprego dos seus dias e das suas noites, as suas relações de família e de vizinhança, os pratos do seu jantar, o seu vestuário e os seus divertimentos - tudo isto é regulado pela autoridade eclesiástica (abade, bispo ou cónego), aprovado ou censurado pelo confessor, aconselhado e orientado pelo Director da Consciência. O bom católico, como a tua pequena, não se pertence; não tem razãzão, nem vontade, nem arbítrio, nem sentir próprio; o seu cura pensa, quer, determina, sente por ela. O seu único trabalho neste mundo, que é ao mesmo tempo o seu único direito e o seu único dever, é aceitar esta direcção; aceitá-la sem discutir; obedecer-lhe dê por onde der; se ela contraria as suas ideias, deve pensar que as suas ideias são falsas; se ela fere as suas afeições, deve pensar que as suas afeições são culpadas. Dado isto, se o padre disse à pequena que não devia nem casar, nem sequer falar contigo, a criatura prova, obedecendo-lhe, que é uma boa católica, uma devota consequente, e que segue na vida, logicamente, a regra moral que escolheu. Aqui está, e desculpa o sermão. João Eduardo ouvia com respeito, com espanto estas frases, a que a face pálida, a bela barba grisalha do doutor davam uma autoridade maior. Parecia-lhe agora quase impossível recuperar Amélia, se ela pertencia assim tão absolutamente, alma e sentidos, ao padre que a confessava. Mas enfim, porque era ele considerado um marido prejudicial? - Eu compreenderia - disse - se fosse um homem de maus costumes, senhor doutor. Mas eu porto-me bem. Eu não faço se não trabalhar. Eu não bebo, eu não jogo. As minhas noites passo-as na Rua da Misericórdia, ou em casa a fazer serão para o cartório ... - Meu rapaz, tu podes ter socialmente todas as virtudes; mas, segundo a religião de nossos pais, todas as virtudes que não são católicas são inúteis e perniciosas. Ser trabalhados, casto, honrado, justo, verdadeiro são grandes virtudes; mas para os padres e para a Igreja não contam. Se tu fores um modelo de bondade, mas não fores à missa, não jejuares, não te confessares, não te desbarretares para o senhor cura - és simplesmente um maroto. Outras peronagens maiores que tu, cuja alma foi perfeita e cuja regra de vida foi impecável, têm sido julgadas verdadeiros canalhas, porque não foram babtizadas antes de terem sido perfeitas. Hás-de ter ouvido falar de Sócrates, de um outro chamado Platão, de Catão, etc. Foram sujeitos famosos pelas suas virtudes. Pois um certo Boussuet, que é o grande chavão da doutrina, disse que as virtudes desses homens estava cheio de inferno ... Isto prova que a moral católica é diferente da moral natural e da moral social ... Mas são coisas que tu compreendes mal ... Queres tu um exemplo? Eu sou, segundo a doutrina católica, um dos grandes desavergonhados que passeiam nas ruas da cidade; e o meu vizinho Peixoto, que matou a mulher com pancadadandos e que vai dando cabo pelo mesmo processo de uma filhita de dez anos, é entre o clero um homem excelente, porque cumpre os seus deveres de devoto e toca figle nas missas cantadas. Enfim, amigo, estas coisas são assim. E parece que são boas, porque há milhares de "pessoas respeitáveis que as consideram boas, o Estado mantém-as, gasta até um dinheirão para as manter, obriga-nos mesmo a respetá-las - e eu, que estou aqui a falar, pago todos os anos um quartinho para que elas continuem a ser assim. Tu naturalmente pagas menos ... - Pago sete vinténs; senhor doutor. - Mas enfim vais às festas, ouves música, sermão, desforras-te dos te;us sete vinténs; Eu, o meu quartinho perco-o; consolo-me apenas com a ideia de que vai ajudar a manter o esplendor da Igreja - da Igreja que em vida considera um bandido, e que para depois de morto me tem preparado um inferno de primeira classe.